segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Crônica - Confissões de um Coulrofóbico


Direto da Wikipedia:

“Coulrofobia é o termo psiquiátrico usado para designar o medo de palhaços. Não é incomum entre crianças, e às vezes também ocorre com adolescentes e adultos. Às vezes o medo é adquirido após experiências traumáticas com um indivíduo singular, ou após ver algum palhaço ameaçador na mídia. Ao deparar-se com algum indivíduo vestido de palhaço, os portadores dessa fobia têm ataques de pânico, perda de fôlego, arritmia cardíaca, suores e náusea”.


Tudo começou quando eu tinha uns 5 ou 6 anos. Eu fui ver certo filme que estava passando na TV cujo vilão principal era um palhaço. Ele fazia coisas aterradoras. Na noite seguinte, comecei com o hábito de dormir na cama de meus pais. Até hoje ele perdura, mas não vem ao caso. Tive noites traumatizantes depois daquilo. É, leitor, eu estou te vendo rindo daí... Pare de rir. Não é engraçado. É sério. Pare. Por favor. OK, pode continuar então. Onde estávamos? Ah, sim, na minha história. Depois disso, teve uma vez, quando eu vi um palhaço na rua, fingi que tinha engasgado com o chiclete e comecei a olhar pra baixo, tossindo. Mas aí o palhaço chamou meu nome, eu levantei a cabeça por um segundo e aí, eu realmente engasguei com o chiclete.

Mas ter coulrofobia significa bem mais do que qualquer outra fobia comum. Significa não poder ter o que mais diverte uma criança: o palhaço. Mas convenhamos: um palhaço num circo, com música alegre, pipoca e doce pode ser bem divertido (pra vocês, pra mim não), mas ter um palhaço batendo na sua porta à luz do crepúsculo, acredite, pode ser traumatizante (dependendo, principalmente, da sua idade, da sua coragem e do quanto o seu irmão mais velho sabe que você tem medo de palhaços).

Sabe, a onipotente Hollywood está começando a criar essa mania de transformar coisas que consideramos boas em coisas ruins. Já pensou se fizessem o inverso? Uma mãe vai andando no parque com seu filho em plena sexta-feira 13, quando é surpreendida por um vampiro dando abraços? Ou um lobisomem vendendo algodão-doce? Não íamos entender mais nada. E os programas infantis, então?

-Oi, filho, acordou cedo em? O que é que você ta vendo?
-É o show da serra elétrica, mãe!
-Que legal! Depois me conta como foi!

Mas o real problema seriam os lugares assustadores, como cemitérios, tumbas, castelos mal-assombrados e shoppings em véspera de natal. Você está andando pelo cemitério, vê um epitáfio que diz “Aqui jaz Coelhildo Cenouro”, Você começa a ir para saída e blem! A porta se fecha, a lápide não está mais lá e você vê a soma de todos o seus medos... O Coelhinho da Páscoa! Ou você ouve um grito no meio da noite, sai do seu quarto de pensão e vê uma visão aterradora... Um corpo ensangüentado nas mãos do... Fofão! Ou então você está de gravata borboleta no meio da sala quando chega na porta... A sua tia-avó, galopando em sua direção para lhe tascar um beijo (sem dentadura) nas bochechas! Acho que é melhor eu parar por aqui, eu posso ter uma overdose de imaginação.

Mas, em todo caso, nunca aceite o balão de um palhaço.
Muito menos da minha tia-avó.

3 comentários:

Anônimo disse...

hauihaui
muita criatividade nesse post
parabens
hauihaui
fiko legal

Anônimo disse...

Muito loko mesmo depois de ler isso acho que mais alguem descobriu ser coulrofóbico(brincadeira) Muito criativo!!

Ígor Rocha disse...

E precisa perguntar por que a gente tirou 7/7 no trabalho?